quinta-feira, 19 de junho de 2014

Mascarando

Uma coisa que eu percebi desde cedo foi quão perigoso é confiar amados fios de cabelo a cabeleireiros desconhecidos.
Meus queridos trabalhadores do sector capilar, infinito perdão vos peço. Bem sei quão violenta é a frase que inicia este post, mas quem já foi várias vezes ofendido por tesouras perdidas pelos trilhos pilosos de uma cabeça, sabe bem do que falo.
Não me entendam mal: há pelo mundo maravilhosos profissionais. Daqueles que ouvem e respeitam (ai sim, por favor!) os seus clientes. Que não nos levam o cabelo todo quando o pedido foi "um cortezinho pequenininho". E que não nos deixam sair do salão, aos 26 anos, com cara de velhota doente, resultado de uma descoloração que claramente passou do ponto. Daqueles que aconselham. Daqueles que sabem de facto o que fazem e que têm prazer em oferecer o melhor serviço possível. É graças a uma dessas pessoas que a Muito Pipi raramente usa condicionador.
Não. Não ando por aí a dar a dar com cabelo acabadinho de sair do champô, directamente para a realidade seca. Nada disso! Também não tenho absolutamente nada contra condicionadores. Antes pelo contrário. Simplesmente, e de forma geral, sinto que a peruca se comporta melhor quando interage com máscaras.
Cabelos finos, encaracolados e super longos (como são os meus) não costumam ser os mais hidratados ou comportados do mundo. Parece que o formato espiralado dificulta o escorregâncio do óleo para as pontas! Rezas, preces, danças da chuva... nada! O maldito não desce o suficiente. Mas com a Muito Pipi, se não vai a bem vai a mal! "Ai não queres descer, nojentinho indolente? Então também não preciso de ti!" E foi assim que as máscaras ganharam um lugar encantado na minha banheira.
Um pequeno (grande) desvio para alertar os utilizadores de máscaras capilares que habitam com outros seres humanos. Cuidado! Uma pessoa unta o cabelo com materiais potentes e, no meio desse estrafego, há todo um besuntamento colateral de banheiras.
Ditam bons hábitos de convivência que uma pessoa proceda à higienização do local onde se lavou, antes que outros para lá se enfiem. Mas há coisas meus queridos, há coisas que não vão pelo ralo abaixo com uma pequena chuveirada. Depois de muitas escorregadelas masculinas, a última das quais culminou com a aterragem de um pulso em cima de uma torneira, eu não poderia deixar de vos avisar. Se querem manter as vossas relações, e os corpos dos vossos mais do que tudo intactos, cuidado, muito cuidado! Se, por outro lado, são obrigados a conviver com pessoas que preferiam ver longe, então o meu conselho é: não limpem! Deixem que o vossa máscara faça o trabalho sujo!
No mundo após retirada do champô, uma das minhas super queridinhas Armadilhas de Satanás é a máscara Time Restore da Schwarzkopf.
Não deixem que a embalagem vos confunda fofuras. Apesar da marca indicar o uso desta linha em cabelos maduros e frágeis, a experiência diz-me que isto é material para fazer muitos encaracolados felizes! Em particular se fazem coisas malvadas aos vossos cabelos, seus diabinhos destruidores de crinas.
Eu conheci-a depois de uma terrível experiência de mudança de visual e a verdade é que revitalizou fios que estavam sedentos de ajuda. Sedentos tipo zombies a brotar do chão, de bracinhos ossudos levantados para o céu, tentando agarrar qualquer oportunidade para sobreviver. Assim estavam os meus amigos peludos, assim estava a minha alma, terrivelmente esfaqueada por uma cabeleireira do mal!
Confesso que não sei como se comporta em fios mais velhotes. Mas em novinhos louquinhos e enroladinhos, é do melhor! O resultado são cabelos com bom aspecto, com movimento, com volume e muito, muito, bem cheirosos! Tudo por menos de 20 euros.
 

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